O nigeriano John Ugochukwu Chukwujekwu, 36 anos, preso em São Paulo na tarde da última quarta-feira (18) suspeito de aplicar golpes pela internet, aproveitava a exposição de dados pessoais em perfis no Facebook para identificar, localizar e entrar em contato com as vítimas.
A polícia descobriu que o nigeriano procurava mulheres com mais de 40 anos, solteiras e com nível socioeconômico elevado que deixavam os dados abertos na rede social. Depois, ele solicitava para ser adicionado como amigo e iniciava o golpe.
O nigeriano mantinha vários perfis no Facebook e se passava por executivo estrangeiro, militar e até por príncipe africano. A estratégia incluía seduzir a vítima e iniciar um relacionamento virtual. O golpe era concluído quando pedia e conseguia o dinheiro. Depois, o contato com o alvo era cortado.
As vítimas identificadas até o momento moram em bairros de classe média alta de São Paulo. São profissionais liberais e empresárias. Segundo a polícia, John integraria uma quadrilha especializada neste tipo de golpe que atuaria em todo o país. A polícia acredita que mais três homens fazem parte do grupo
Refugiado
John entrou no Brasil em outubro de 2013 e pediu asilo político em 12 de setembro de 2014. Ele alegou que estava fugindo do grupo terrorista Boko Haram, que surgiu na Nigéria. Assim conseguiu permissão provisória para ficar no Brasil, mas foi preso três meses depois tentando sair do país em um voo para a África do Sul com quase dois quilos de cocaína escondidos na roupa.
Na Justiça Federal, o nigeriano disse que ganharia US$ 4 mil pelo transporte da droga. Ele foi condenado na 5ª Vara Federal de Guarulhos a cinco anos de prisão. Segundo o delegado Clóvis Araújo, titular do 27º DP (Campo Belo), que investiga a quadrilha do golpe "Don Juan", John é foragido da Justiça e consta na lista de procurados da Interpol.
O nigeriano morava em Pirituba, na zona oeste de São Paulo. Ele era casado com uma brasileira que também foi presa. Segundo a Polícia, Graziele Marcolino, 34 anos, também o ajudava no golpe.
Prisão
A investigação começou depois que uma das vítimas procurou a polícia. O casal foi preso na tarde de quarta-feira (18), na zona sul de São Paulo, quando tentava sacar cerca de R$ 60 mil em uma agência bancária. O dinheiro tinha sido transferido por uma das vítimas.
Policiais do 27º DP encontraram cartões de bancos e comprovantes bancários. Na quinta-feira, John e Graziele foram levados para audiência de custódia no Fórum da Barra Funda. A Justiça decretou a prisão preventiva do nigeriano. A mulher vai responder ao processo em liberdade. Até o fechamento desta reportagem, o casal não tinha advogado constituído.
A reportagem tentou contato com os suspeitos enquanto estavam no 27º DP. No entanto, os dois recusaram dar entrevista e se posicionar sobre o caso.
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Policiais civis prenderam na última quarta-feira (18) um casal que aplicava golpes pela internet. Os suspeitos, sendo o homem de origem nigeriana, foram detidos em frente a uma agência bancária na zona sul de São Paulo.
De acordo com informações da polícia, um nigeriano enganava vítimas se fazendo passar por um engenheiro americano que estaria trabalhando na Alemanha.
e: dinheiro e documentos apreendidos com casal
Polícia Civil/Divulgação
Policiais civis prenderam na última quarta-feira (18) um casal que aplicava golpes pela internet. Os suspeitos, sendo o homem de origem nigeriana, foram detidos em frente a uma agência bancária na zona sul de São Paulo.
De acordo com informações da polícia, um nigeriano enganava vítimas se fazendo passar por um engenheiro americano que estaria trabalhando na Alemanha.
Ele dizia que a empresa empregadora estaria passando por dificuldades financeiras e se mudaria para o Brasil.
Para isso, ele necessitava de R$ 75 mil para despachar os seus pertences dos EUA para o Brasil — valores que seriam para pagar a liberação dos objetos que estavam apreendidos na alfândega de Hong Kong. O homem atuava em parceria com uma mulher.
A prisão do casal foi em frente à agência bancária. Eles tinham sacado R$ 12 mil, valor o qual foi restituído para a vítima.
Durante as investigações, os policiais encontraram na residência do casal diversos documentos em língua estrangeira, o que provaria vínculo com o golpe. Ainda segundo a Polícia Civil, o nigeriano seria procurado da Justiça Federal pelo crime de tráfico de entorpecentes.
O caso foi registrado pelo 27º Departamento de Polícia (Campo Belo).
O R7 procurou a SSP (Secretaria de Segurança Pública) e a Polícia Federal para fornecer mais detalhes sobre o caso, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.