Nas primeiras horas da manhã de ontem, 4, a Polícia Civil de São Paulo realizou buscas em ao menos, dois bairros de Santa Isabel. De acordo com informações do Departamento de Investigações Sobre Crime Organizado – DEIC, Luana Fernanda Augusta da Silva, uma das líderes da quadrilha foi presa no município. Os policiais, que conversaram com exclusividade com a reportagem do Jornal Bom Dia disseram que fizeram buscas em um imóvel localizado na Avenida Guilherme Alfieri.
“Os policiais prenderam cinco homens de nacionalidade nigeriana e duas brasileiras, lima delas em Santa Isabel”, disse. Em uma das contas bancárias utilizada para movimentar os ganhos obtidos chegou a ter saldo de pouco mais de R$ 1 milhão. As equipes apreenderam pelo menos 10 notebooks com material padrão para desenvolver os golpes. São espécies de roteiros para envolver as vítimas.
A operação realizada no município foi denominada como “Dom Juan”. Trata-se de golpes aplicados contra mulheres por meio de aplicativos e redes sociais. De acordo com os policiais, nigerianos e duas brasileiras eram os responsáveis por aplicar este tipo de golpe. “Eles utilizavam fotos de homens brancos e em sua maioria com olhos azuis e afirmavam que queriam vir para o Brasil e encontrar sua alma gêmea, mas para isso, diziam às vítimas que precisavam de dinheiro. Algumas mulheres caíram no golpe e depositavam a quantia solicitada”, relatou a autoridade à reportagem do Jornal Bom Dia.
De acordo com os policiais, uma das vítimas chegou a vender carro e até casa para conseguir o valor solicitado pelo criminoso, que ludibriava as vítimas por meses até conquistar a confiança da mesma e pedir o dinheiro. “Teve casos em que uma vítima transferiu 600 mil reais para a conta do criminoso. Só que antes disso, ele ficou em contato com a mulher durante meses, aí quando percebeu que a vítima já havia acreditado no suposto romance, diziam que gostariam de ir ao Brasil para enfim encontra-la. É nessa hora que o dinheiro é solicitado e muitas mulheres acabaram pagando a quantia desejada”, relatou.
Ao todo, a Operação Dom Juan cumpriu 11 mandados de prisão, nove contra nigerianos e duas brasileiras, na capital paulista e região metropolitana. Até as 12h, 7 pessoas já haviam sido presas.
De acordo com informações do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os envolvidos criavam perfis de militares norte-americanos, médicos ingleses ou empresários europeus, com "fotos de homens de olhos azuis e de boa aparência" com o objetivo de vir para o Brasil e encontrar sua alma gêmea. "Mas para que isso se realize alegam precisar da ajuda da pretendente, que acaba transferindo suas economias para os golpistas", diz a Polícia Civil.
A operação foi desenvolvida pela equipe da 4ª Delegacia DIG (Investigações sobre Crimes Cometidos por Meios Eletrônicos) e conta com 91 policiais e 44 viaturas.
Ao todo, foram realizadas buscas em 16 locais na cidade de São Paulo, dois imóveis em de Santa Isabel, e uma casa em Osasco. O objetivo é recolher material utilizado nos golpes.